sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"BANCO CENTRAL É UM BANCO. DEVIA PROVER O CRÉDITO; NÃO AGIR COMO GOVERNO PARALELO"

Bateu forte o economista Luis Gonzaga Belluzzo!
O Professor do respeitado Instituto de Economia da Unicamp, Luis Gonzaga Belluzzo, Voz ouvida por empresários, Governo e movimentos sociais, em entrevista a Agencia Carta, bateu forte no Banco Central, que manteve taxa de juros inalterada na ultima decisão do COPOM.
Para o economista, tal atitude é a "reafirmação algo infantilizada de um princípio de independência que não hesita em colocar suas supostas prerrogativas à frente das prioridades da economia nacional num momento grave como esse".
As economias de países distintos como: EUA, a China, Japão, Inglaterra, Suécia e Tailândia, Banco Central Europeu, Suíça, Taiwan e Coréia do Sul, vem empreendendo um enorme esforço de manter baixa as taxa de juro, regulamentadas pelos bancos Centrais, em um esforço de impedir a “virada abrupta”, ou seja, a passagem da crise financeira para uma crise da economia real. Na medida em que isto aconteça, a saída será muito mais penosa para todos os paises. Este é o esforço.
Países como a Coréia do Sul, por exemplo, no dia seguinte ao pronunciamento do COPOM, reduziu sua taxa de juros para 2%, patamar mais baixo de toda sua historia!

No Brasil não. O Banco Central age, parecendo que não está nem ai para o perigo que sofre a economia real. Vai, como um governo paralelo, na contramão do esforço dos países do mundo todo.

Lula que bote suas barbas de molho. Aliás ele está em situação difícil, porque não tem condições de mudar a direção do Banco, neste momento, em função das turbulências que causaria no mercado, em momento tão delicado.

Mas, vale a pena ver a clareza com que Luis Gonzaga Belluzzo analisa o momento:
  • “Assistimos à reafirmação algo infantilizada de um princípio de independência que não hesita em colocar suas supostas prerrogativas à frente das prioridades da economia nacional num momento grave como esse”.


Belluzzo, ilustra bem a situação atual, onde Lula está de mãos atadas, ao ironizar a literatura italiana que contem os “mandamentos universais “ de um banco Central independente ao sugerir o acréscimo do irônico artigo:

  • “artigo único: - O presidente do Banco Central é indicado pelos seus pares do mercado; cabe-lhe em seguida indicar o Presidente da República. Ponto. Revogam-se disposições em contrário”.

Belluzzo destaca nossa particularidade cabocla:
“Em nenhum lugar do mundo o mercado financeiro tem o peso e a sacralidade que vemos no Brasil”
"a sociedade e, pior, os membros do governo, inclusive o Presidente da República, não podem sequer se manifestar sobre o comportamento dos juros. Quando mencionam o assunto devem fazê-lo em voz baixa, por metáforas. Ou cochichando. Caso contrário há xiliques; demissionários se oferecem ao mercado como heróis da causa autonomista; a imprensa, colunistas e demais círculos interessados, magnificam a importância desses gestos e protagonistas insuflando uma crise que contamina todo o mercado.”


O perigo da grande encruzilhada que está o País, entre a recessão ou a travessia controlada da crise é analisado com clareza pelo economista que diz:

  • “Os juros na ponta estão subindo fortemente nos últimos três meses; as condições de crédito pioraram; a virada da economia de um curso de crescimento vigoroso para seu oposto está sendo muito dura. Esse movimento brusco envolve desdobramentos sérios, perigosos e crescentes. Como pode um BC ficar indiferente a isso?”



    Antonio do Carmo

    (Artigo baseado em entrevista do economista Luis Gonzaga Belluzzo à Agencia Carta)

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